Faz muito tempo que não escrevo por aqui, gostaria até de me desculpar com vocês, leitores. Fico feliz quando sou “cobrada” sobre um novo post, isso significa que vocês gostam do que escrevo. Esperava tempo e inspiração para fazê-lo, o primeiro já consegui, já o segundo...
Na verdade um fato ocorrido na minha vida pessoal me inspirou sobre esse post. Serei tia mais uma vez de uma linda menininha! Pois é, além de me fazer acostumar com a ideia de ficar para titia, esse presente de Deus me fez pensar num assunto muito importante, porém, muito pouco divulgado. O pré-natal odontológico.
Entre os odontopediatras, ou seja, os dentistas que cuidam exclusivamente de crianças, esse tema é muito bem conhecido e discutido. Inclusive existem especialidades na odontologia voltadas para essa área: como por exemplo, a odontologia de bebês e a odontologia intra-uterina. Entretanto, percebo que, as gestantes, de um modo geral, não dão a devida importância ao assunto pois não conseguem associar os malefícios que uma má higiene bucal pode causar nos seus bebês, simplesmente por uma questão de desconhecimento.
É DEVER do cirurgião-dentista, odontopediatra ou não, especialista ou não em odontologia intra-uterina ou odontologia de bebês, instruir suas pacientes gestantes com relação a isso.
Todo clínico geral sabe, ou pelo menos deveria saber, que, durante a gravidez, a prevalência da gengivite (inflamação das gengivas) varia de 35% a 100%. Isso se dá pelo fato dos hormônios gestacionais, como o estragiol, o estriol, o estrogênio e a progesterona, estarem elevados. Estudos examinando mulheres grávidas e mulheres no período pós-parto mostraram que, apesar de os níveis de placa bacteriana serem os mesmos, as mulheres grávidas apresentavam uma inflamação gengival mais severa do que as mulheres no período pós-parto, provavelmente porque os hormônios gestacionais atuam como fatores de crescimento das bactérias. É como se as bactérias se alimentassem desses hormônios e ficassem maiores e mais fortes.
Além disso, a resposta imunológica, ou seja, a defesa do organismo da mulher grávida, também está alterada. Todos nós temos uma camada de queratina, uma proteína que por ser insolúvel funciona como uma capa protetora, recobrindo a nossa gengiva. Os níveis elevados dos hormônios estrogênio e progesterona diminuem essa camada de proteção, tornando a possibilidade de infiltração das bactérias no organismo da mulher grávida mais fácil. Bactérias maiores e mais fortes, por si só, já conseguiriam atravessar essa barreira protetora com uma certa facilidade, agora, imaginem vocês se essa capa protetora for perdida, o quão fácil será essa invasão.
Uma vez dentro do organismo, as bactérias circulam pelo sangue, podendo se alocar em qualquer região. Se as bactérias e/ou suas toxinas alcançarem a cavidade uterina, podem estimular o desenvolvimento de uma inflamação, pois o organismo tenta se proteger da infecção (presença de bactérias) através da inflamação. Isso causa dilatação cervical, contração do músculo uterino e o início do trabalho de parto,muitas vezes antes da 37o semana estar completa, caracterizando o nascimento de um bebê com baixo peso, ou seja, prematuro. Além disso, o contato das bactérias com a membrana ovular, a bolsa que envolve o bebê, causa a sua ruptura, estimulando assim o trabalho de parto. Vocês devem estar se perguntando: toda mulher grávida que tem inflamação nas gengivas vai ter bebê prematuro?! Não. Porém, estudos mostram uma grande relação entre as doenças periodontais (inflamação das gengivas e do osso suporte dos dentes) e os partos prematuros.
A característica principal da gengivite é o sangramento, que pode ocorrer espontaneamente, e/ou durante a escovação, e/ou durante o uso do fio dental, dando a impressão errada de que ele ocorre porque “estou machucando minha gengiva”. Com isso, a paciente pára de escovar e/ou usar o fio dental pois imagina que está traumatizando suas gengivas e por isso elas estão sangrando. Na verdade, elas sangram porque estão inflamadas e estão inflamadas porque tem sujeira ao seu redor. Sendo assim, o tratamento e o controle da gengivite consiste na remoção da “sujeira” (placa bacteriana) através da escovação e do uso do fio dental. Muitas mães devem estar pensando: “Poxa, mas eu escovo meus dentes 3 vezes ao dia e uso o fio dental, pelo menos, uma vez ao dia. Mesmo assim minhas gengivas sangram, por que será?” Provavelmente porque a forma como isso está sendo feito não está correta, por isso a importância de procurar seu dentista. Só ele é capaz de lhe ensinar a forma mais correta de você escovar os dentes. Que isso sirva de alerta para as mamães, as futuras mamães, os papais, os que nem pensam em se tornar pais e mães, os avós, ou seja, isso serve de alerta para todos nós. TODOS somos passíveis de desenvolver doenças periodontais, caso nossa higiene não esteja correta.
Então, está esperando o que para me procurar ou procurar o seu dentista?! Marque o mais rápido possível uma consulta e peça para que ele avalie a forma como você está escovando seus dentes, os resultados podem ser surpreendentes!
Um beijo grande...
Dra. Jú
olá vim retribuir a visita, seu blog tem muitas informações uteis!! bjos
ResponderEliminarSeu blog é ótimo, parabens!
ResponderEliminarVou seguir você sempre agora!bjão
Beth